ESCA EM KIWI – UMA DOENÇA COM IMPACTO ECONÓMICO NOS POMARES
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Departamento técnico da Kiwicoop
Entreposto de comercialização de kiwis
ESCA EM KIWI – UMA DOENÇA COM IMPACTO ECONÓMICO NOS POMARES
Na região da Bairrada, as preocupações com as doenças do lenho,
nomeadamente a Esca, têm sido uma constante, sobretudo em pomares mais velhos.
Deduz-se que o cenário seja idêntico aos demais territórios nacionais de
produção típica de kiwi. Dada a inexistência de meios curativos, com o intuito
de preconizar a atuação preventiva contra a Esca por parte dos nossos
associados, uma vez que este problema chega a ter impacto económico em parte
dos pomares, tomamos a liberdade de pedir ao colega Eng.º Luís Vaz (técnico da Daymsa) que nos fizesse um
esclarecimento acerca desta doença:
“Este
problema afeta diretamente a madeira da planta, degradando-a, conduzindo a
planta a um estado de enfraquecimento total com perda de produção e eventual
morte.
Os
agentes patogénicos identificados e associados são Phaeoacremonium spp. (fungos
da ESCA da videira), Phaeomoniella chlamydospora e Fomitiporia mediterrânea,
sendo os sintomas observados: folhas com necrose entre as nervuras; ramos com
folhas que ficam necróticas e caem com poucos frutos e de má qualidade; ramos e
plantas completamente secas e a madeira proveniente de troncos revela a
presença de madeira descolorida e por vezes a presença de uma zona de
consistência mole.
Vemos
que há cada vez mais áreas afetadas com este problema, que é preocupante
principalmente pela perda de plantas e em muitas vezes, na replantação de
plantas, estas acabam por morrer ao fim de 3-4 anos.
Meios
de luta
Não
havendo soluções (químicas) curativas para a doença, restam as medidas profiláticas
como forma disponível para lidar com o problema. Embora estas medidas se
tenham, de certa forma, tornado incontornáveis, é importante salientar que é
difícil através delas conseguir a erradicação total das doenças do lenho. Só a
sua aplicação correta e em grande escala dará garantia de alguns resultados.
Para além disso, são medidas dispendiosas em tempo, recursos e de mão-de-obra,
com resultados a medio longo prazo.
Os
meios de luta culturais têm como função limitar a dispersão do inóculo e para
isso, é recomendável fazer remoção de braços afetados e plantas mortas,
queimando-os longe do pomar antes da poda. À realização da poda, remover do
pomar e queimar a madeira podada, das plantas afetadas com manifestações de
sintomas (caso se opte pela renovação a partir de lançamentos), remover toda a
madeira com sintomas de doença até atingir a madeira de especto são.
Reduzir
e proteger as feridas de poda, uma vez que, a disseminação dos esporos dos
fungos é feita por meio aérea e a sua penetração efetua-se pelos cortes de
poda. Na Poda de Inverno o período de maior risco de infeções é de
aproximadamente nos quinze dias após a poda, sendo os grandes cortes os que
apresentam maiores riscos de novas infeções. É importante
privilegiar
a poda em períodos secos, sendo recomendável fazer a proteção das feridas de
poda e outras feridas resultantes da remoção de partes da estrutura da planta,
de feridas resultantes de gelo ou que surjam naturalmente na madeira mais velha
da planta, aplicando pasta cicatrizante nas zonas dos cortes ou feridas, para
este efeito podemos usar uma pasta cúprica tipo PODEX.”
Na região tem sido prática comum o uso do
AZAMIN YESCOLP, estando a ser preconizadas duas aplicações de 1,5 L/ha, por pulverização dirigida à planta e ao solo –
uma primeira imediatamente após a poda de inverno, previamente à aplicação de
cobre e uma segunda, no verão, antes da subida das temperaturas (entre junho e
agosto). O AZAMIN YESCOLP, é um indutor de resistência das plantas, inibindo a
germinação de esporos; destrói a parede epitelial dos fungos; produz ácido jasmónico
e induz a produção antibióticos naturais.